Birgit Kelle, porta-voz do grupo leigo alemão Neuer Anfang (Novo Começo), disse que seus membros rejeitam o Caminho Sinodal iniciado pela Igreja na Alemanha porque querem “continuar sendo católicos”

Kelle falou com a EWTN Notícias, do grupo EWTN ao qual pertence a ACI Digital, sobre esta iniciativa leiga que nasceu há dois anos, quando os bispos e vários líderes leigos na Alemanha já tinham começado o controverso Caminho Sinodal.

Organizado pelo Comitê Central dos Católicos Alemães (ZdK) e pela Conferência Episcopal Alemã, o Caminho Sinodal começou em 2019.

Em março deste ano, aprovou medidas para incorporar a ideologia de gênero à doutrina católica, a ordenação de mulheres como diaconisas, a bênção de uniões homossexuais, a normalização da pregação dos leigos na missa e um pedido para que a Santa Sé “reexamine” a disciplina do celibato sacerdotal.

Kelle disse à EWTN Notícias que a sua associação procura levantar suas vozes, concentrando-se "em um verdadeiro novo começo na Alemanha", pois representa "muitos católicos ortodoxos que estão preocupados com o Caminho Sinodal e suas decisões".

A porta-voz de Novo Começo também disse que “os funcionários leigos que fazem parte do Caminho Sinodal foram nomeados para representar os leigos normais, mas não o fazem”.

“Os católicos normais que se sentam na igreja aos domingos não estão envolvidos neste processo, por isso não fomos ouvidos”, disse.

"Por esta razão, não somos 'contra algo', mas estamos tentando 'educar sobre algo' com base em (que ensina) Jesus e especialmente na unidade da Igreja Católica", acrescentou.

“Não seguimos as decisões e orientações do Caminho Sinodal porque queremos continuar sendo católicos”, disse.

“O debate, os papéis, as decisões, tudo confirma nossos temores de que eles (o Caminho Sinodal) não querem uma reforma na Igreja, mas uma nova doutrina da Igreja Católica. E isso nos leva na Alemanha a uma ruptura com o resto da Igreja”, lamentou a porta-voz.

Kelle lembrou que em janeiro entregaram uma carta com suas preocupações ao papa Francisco e que no ano passado deram a ele um manifesto que prepararam a respeito.

Sobre as atividades que fazem, Birgit Kelle disse são “conferências no campo acadêmico, mas também conferências especiais para padres, porque experimentamos diariamente que há católicos que não querem implementar o Caminho Sinodal e suas resoluções nas comunidades".

Estes católicos, no entanto, "enfrentam grande pressão no momento de fazer ativismo para não implementar coisas que são claramente contrárias à doutrina católica", disse Kelle.

Para concluir, a porta-voz de Novo Começo fez “um apelo à Igreja Católica no mundo para que intervenha na Alemanha”.

“Queremos fazer parte da Igreja Católica em todo o mundo e neste momento estamos enfrentando bispos e funcionários leigos" que têm ideias contrárias à doutrina católica, concluiu.

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